Acesse mais leituras e mensagens de D. John Main e D. Laurence Freeman:
Durante toda a Quaresma, Dom Laurence envia suas reflexões diárias para a Comunidade.
Quaresma 2018 >
Quaresma 2017 >
Quaresma 2016 >
Quaresma 2015 >
Quaresma 2014 >
Quaresma 2013 >
John Main OSB,O CAMINHO DO NÃO CONHECIMENTO (São Paulo, Ed. Vozes, 2009).
Meditamos porque sabemos, com absoluta certeza, que devemos caminhar através de nossa própria esterilidade, e para além dela. Devemos transcender a esterilidade do sistema fechado, de uma mente puramente introspectiva. Sabemos, com claridade cada vez maior, que precisamos caminhar para além do isolamento, em direção ao amor. . . Quanto mais profundo o grau em que nos voltamos para nós mesmos, tanto mais complexo será o grau em que nos fixamos em nossa própria auto-consciência. O resultado se parece a estarmos presos em uma sala de espelhos onde, constantemente, acreditamos que o reflexo seja a realidade. Mas, tudo o que temos são imagens de nós mesmos.
[P]or que a meditação é tão diferente? . . . [É porque] nós devemos fazer um ato de fé, um ato de completo abandono. Em outras palavras, nos comprometemos com a meditação e com o mantra, como um meio de abandonar a auto-consciência. É nesse ponto que a esterilidade se transforma em pobreza: uma pobreza que abraçamos completamente-- um estado de simplicidade completa, vulnerabilidade completa, e completo abandono a Deus. A auto-consciência cede lugar à consciência. Nos damos conta do que está além de nossos horizontes, daquilo que é, daquilo que Deus é: de que Deus é amor. . . Enxergamos todas as coisas banhadas pelo infinito amor de Deus.
original em inglês:
An excerpt from John Main OSB, “From Isolation to Love,” THE WAY OF UNKNOWING (New York: Crossroad, 1990), pp. 44-46.
We meditate because we know with absolute certainty that we must pass through and beyond our own sterility. We must transcend the sterility of the closed system, of a purely introspective mind. We know, with an ever greater clarity, that we have to pass beyond isolation into love. . . .The deeper the degree to which we turn in upon ourselves, the more complex will be the degree to which we become fixated on our own self-consciousness. The result is like being trapped in a hall of mirrors where we constantly take the image for reality. And all we have are images of ourselves.
[W]hy is meditation so different? . . . .[It is because we] have to make an act of faith, a total act of abandon. In other words, we commit ourselves wholly to meditation, and to the mantra as a way [of] letting go of self-consciousness. It is at this point that sterility is transformed into poverty---a poverty that we embrace totally---a state of complete simplicity, complete vulnerability and complete abandon to God. And self-consciousness gives way to consciousness. We become aware of what is beyond our own horizons, of what is, what God is: that God is love. . . .We see everything bathed in the infinite love of God.
Lembre-se: Sente-se. Sente-se imóvel e, com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxada(o), mas, atenta(o). Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a em quatro silabas de igual duração. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense, nem imagine nada, nem de ordem espiritual, nem de qualquer outra ordem. Pensamentos e imagens provavelmente afluirão, mas, deixe-os passar. Simplesmente, continue a voltar sua atenção, com humildade e simplicidade, à fiel repetição de sua palavra, do início ao fim de sua meditação.